UMA DIDÁTICA DA INVENÇÃO (M. BARROS)

AS COISAS QUE NAO EXISTEM SAO MAIS BONITAS

(FELISDÔNIO)

domingo, 5 de outubro de 2008

VII

No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a
criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar nao funciona
para cor, mas para som.
Então, se a criança muda a função de um verbo, ele
delira.
E pois.
Em poesia, que é voz de poetas, que é a voz de fazer
nascimentos -
O verbo tem que pegar o delírio.

(manoel de barros)

Um comentário:

Márcio Bergamini disse...

É uma honra recebê-la em minha humilde Choupana! Sinta-se à vontade!
Agora q vc é também minha vizinha virei constantemente tecer dois dedinhos de prosa. ^^

Eu queria ter a inocência de uma criança para fazer com que meu verbo delirasse além de minhas peripécias... A gente faz o q pode.

Feliz aniversário!!!

Um beijo pra ti